Prefeito de Quixadá diz que não reajustou salários dos servidores porque pegou a folha “inchada”. Saiba se isso é verdade

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Após vários anos sem saber o que era uma greve os servidores municipais de Quixadá voltaram a vivenciar uma paralisação. Na semana que passou os empregados efetivos do Município deflagraram uma greve geral que teve inicio na segunda e foi suspensa somente na sexta-feira. A razão do movimento se deu porque o prefeito Ilário Marques (PT) se recusou a conceder o reajuste anual que os servidores têm direito. Porém, parte dos professores concordou que a greve fosse suspensa até que o reajuste previsto na lei seja concretizado. Enquanto isso, depois de muita peleja, o prefeito se obrigou a oferecer 3% de reajuste aos profissionais do magistério, proposta esta considerada pelos educadores como a pior de todos os tempos já que a Lei Federal estabeleceu 6.81% e por isso aguardam a complementação do reajuste o mais breve possível, ou então a greve retornará.

Além disso, outras categorias também saíram no prejuízo já que não tiveram aumento algum e outras ainda lutam pela implantação do plano de cargos e carreira. Já no caso dos professores temporários a situação é ainda mais degradante e absurda porque além de não ter o reajuste foram castigados também com um corte de quase 50% no salário.

Acontece que durante as reuniões realizadas com a categoria, o prefeito, e seus subordinados, tentam culpar a gestão anterior, pois a desculpa utilizada foi que não é possível conceder reajuste pelo fato do petista ter encontrado a prefeitura com uma situação difícil por conta do elevado número de funcionários. Porém, esse pretexto não passa de um subterfúgio, e muito pífio, para tentar escapar de conceder os reajustes previstos na Constituição e na Lei. Isso porque é do conhecimento de todos que quando o mandato de um prefeito se encerra, finalizam também todos os contratos temporários, contratos com empresas e são exonerados todos os cargos comissionados.

Dessa forma, quando Ilário Marques assumiu o mandato ele encontrou a prefeitura zerada de cargos comissionados, contratos temporários e contratos com pessoa jurídica. Por essa razão, se existe uma folha de pagamento estourada atualmente, essa culpa é toda de Ilário Marques, pois ele é o responsável direto pelos atos de governo referentes à 1º de janeiro de 2017 até agora.

Para se ter uma noção, segundo o relatório de acompanhamento gerencial do Município de Quixadá do 3º quadrimestre de 2017 divulgado pelo TCE, a prefeitura tem 1.607 servidores trabalhando sem concurso, somando os prestadores de serviço, cargos comissionados e bolsistas – confira no quadro abaixo. Agrava ainda esse quadro o fato de que ainda existe a empresa F.D. Empreendimentos que foi contratada pelo Município para contratar prestadores de serviços para a gestão, mas esses contratados não entram no cálculo do TCE porque o prefeito paga a empresa e não as pessoas, pois estas recebem diretamente da F.D. Empreendimentos.

Logo, a desculpa de que Ilário Marques assumiu a prefeitura com excesso de servidores não é verdade e serve apenas para buscar encobrir os vexames causados pela atual Administração Municipal e para tentar justificar a falta de reajuste legal dos servidores. Por isso, a população mais uma vez quer saber: CADÊ O AUMENTO DOS SERVIDORES PREVISTO EM LEI, PREFEITO?

 

Relatório do TCE sobre a quantidade de servidores da Prefeitura de Quixadá em dezembro de 2017


Por: Herley Nunes
Email: monolitosquixada@gmail.com




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