Partido Novo: Uma luz no fim do túnel para a política brasileira?

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João Amoêdo, fundador do partido e pré-candidato à presidência da república

A insatisfação popular com a classe político-partidária brasileira é notória, situação que tem se intensificado nos últimos tempos com uma série de casos de corrupção envolvendo mandatários de cargos públicos eletivos e empresários dos mais diversos ramos. Aliada a essa forma imoral de conduzir a coisa pública, há também os inúmeros casos de gestores e parlamentares incompetentes que chegam aos cargos sem nenhum preparo técnico e político para bem exercerem os seus mandatos.

Essa conjuntura caótica leva o Brasil a uma situação desesperadora, na qual a população é a que mais sofre as consequências: oferta de serviços públicos de baixa qualidade na saúde, na educação e na segurança pública, obras públicas paradas, ruas esburacadas, além de diversas outras situações tão graves quanto essas.

Na reflexão sobre as formas possíveis de mudar essa realidade, filósofos, sociólogos, analistas políticos, juristas e outros especialistas são unânimes em afirmar: tal mudança só será possível com a reestruturação do sistema político brasileiro. Muito mais do que mudar os candidatos, é necessário mudar a forma como a política está estruturada. Nota-se uma profunda crise de representatividade dos mandatos. Por exemplo, o cidadão vota em um candidato a deputado federal e, na maioria das vezes, só terá contato com este novamente num próximo pleito eleitoral. A atividade parlamentar se dá completamente distante da base eleitoral que o enviou ao Congresso Nacional para representá-la. Situação semelhante se dá até mesmo nas câmaras municipais de pequenas cidades do País.

Buscando trabalhar numa direção contrária a da situação descrita é que nasceu uma nova força política para o Brasil. Trata-se do Partido Novo. Formado por cidadãos brasileiros de diversas profissões e segmentos sociais, a nova sigla começou a se estruturar em 2011 com  a participação de 35 pessoas. Em 2015, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deferiu o registro do partido contando com mais de 500 mil assinaturas de apoio.

Desde a aprovação do seu estatuto, o partido tem chamado a atenção exatamente por seu modo diferente de pensar e agir tanto em relação à política quanto no que diz respeito às regras estruturantes do próprio partido. Entre as diferenças está a determinação de que todos os seus membros devem ter a “Ficha Limpa”, conforme a legislação atual.

Outro ponto marcante é que os mandatários não podem assumir cargos nos diretórios partidários. Segundo o vereador  Leandro Lyra (NOVO/RJ), essa medida dificulta que o diretório seja conduzido para atender às necessidades eleitorais de seus dirigentes. “Se pretende ser candidato, deve deixar a direção do partido, pelo menos, um ano antes da eleição”, afirma o parlamentar. Os candidatos passam, ainda, por um processo seletivo antes do processo eleitoral, portanto, não bastando apenas ser filiado para que possa concorrer pelo partido.

No âmbito político, o Novo tem um posicionamento muito claro: “não nos consideramos de direita ou de esquerda, pois ambos os conceitos podem não abarcar os nossos ideais. Acreditamos numa diminuição do papel do Estado em muitos setores, mas defendemos também a sua ação mais intensa em áreas como educação, saúde e segurança pública”. Isso é o que afirma João Amoêdo, fundador do partido e pré-candidato à presidência da república.

Se o partido conseguirá se manter firme em suas convicções ao longo de sua história política, só o tempo irá mostrar. Mas o certo é que ele tem reavivado o ânimo de muitos homens e mulheres de bem que esperam que a vida política brasileira se reestruture e passe, ao contrário do que vemos atualmente, a dar orgulho a todos. Claro que não se espera que um único partido ou candidato consiga vencer uma cultura política tão forte, mas sabemos que grupos partidários como o Novo são como uma luz ao fim de um túnel longo e escuro.

 


                                                                            Por Gerlyson Girão

Bacharel em Administração e servidor público do Poder Executivo Federal, lotado na Universidade Federal do Ceará – Campus Quixadá. Atualmente, é estudante de Gestão Pública e realiza pesquisas na área de Economia, Gestão e Política. É pesquisador de políticas públicas para área rural, tendo trabalhos publicados sobre a avaliação do PRONAF e produtividade agropecuária.



Comentários

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  1. Um partido que se lança diante da atual conjuntura, nos leva a pensar mais que será apenas mais um partido que irá defender mais os seus interesses, ou seja, interesses de grupo ou grupos e religiosos. Não podemos mais nos influenciar com partidarismo(s), ou sectarismo. Não adianta um partido o brasileirismo, o imitacionismo, mais sim pensar em políticas globais verdadeiras, mas que sejam para o bem de todos, enfim da humanidade. Não adianta baixar a cabeça para as grandes potencias mundias (militaristas e econômicas, quer de esquerda, quer de direita), que se apoderam das riquezas do brasil (Brasil) e de muitos outros países. O Brasil atual está cheio de pessoas (líderes políticos e líderes religiosos), que acham que o Brasil só irá crescer se se submeter aos líderes das potencias mundiais, se entregando como serviçais e impotentes. Outra tragédia que vem acontecendo no Brasil, é que um parte daqueles que são líderes religiosos, deixaram de servir ao Deus verdadeiro, para se envolverem na política, com interesses financeiros. Podemos dizer que esses tais líderes falsos religiosos traidores, entraram para dançar no terreiro do inimigo de Deus.

  2. Oh Senhor! Apareceu o salvador da Pátria. Será mais uma cambada que vamos sustentar? Não pagarei para ver! O político brasileiro não está merecendo crédito nenhum. Agora é mais um partido para receber dinheiro para campanha eleitoral. Tenham dó!

  3. TAMBÉM NÃO ACREDITO,MAIS UM PARTIDO PRA MAMAR E ENGROSSAR A CORRUPÇÃO NESSE PAÍS TÃO CORRUPTO EM AMBOS OS PODERES. QUE DOA A QUEM DOER.

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