Natal com Fome: Prefeito de Quixadá não vai pagar décimo terceiro a professores temporários

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Retrocesso absoluto. É assim que se encontra a situação dos professores contratados temporariamente mediante seleção pública para trabalhar na Prefeitura Municipal de Quixadá. Isso porque a redação do Monolitos Post foi recentemente procurada por um grupo de professores temporários, que preferiu não se identificar temendo a famigerada perseguição, para denunciar o descaso da atual gestão municipal com os servidores que trabalham com contratos temporários. Segundo o que denunciaram, o prefeito Ilário Marques (PT), se recusa a pagar o direito dos referidos trabalhadores ao décimo terceiro salário, bem como já teria anunciado que em janeiro só pagaria o equivalente a 10 dias de trabalho.

O quadro se torna ainda mais grave porque o prefeito de Quixadá, este ano, resolveu cortar quase pela metade o salário dos professores com contratos temporários, fato este completamente inédito em nosso município. O sufoco e a regressão sofrida pelos mencionados servidores é tão absurda que foi cortado aproximadamente o valor de R$ 1.000,00 do salário de cada temporário, significando que durante o ano de 2017, terão uma perda salarial aproximada de R$ 12.000,00, cada professor, sem contar que tiveram o direito negado ao terço de férias, e para piorar o município ainda anuncia que eles não receberão o décimo terceiro salário e que em janeiro só receberão por 10 dias de trabalho.

Para onde foi toda essa grana que deveria ser daquele que derramou o suor trabalhando dignamente? Para onde foi a vergonha dos nossos representantes políticos? Que Município é esse que não tem dinheiro para pagar o direito de um trabalhador, mas tem recurso público suficiente para bancar aluguel de carrão de luxo blindado para a ostentação pessoal do prefeito? São apenas perguntas que não querem calar.

Os professores que foram contratados em caráter temporário para exercer o magistério no Município de Quixadá, para trabalhar em uma jornada de 40 (quarenta) horas semanais, por exemplo, só recebem o valor aproximado de R$ 1.700,00 (um mil e setecentos reais), desde o início do ano letivo de 2017, enquanto que deveriam estar recebendo o equivalente ao piso nacional, que gira em torno de R$ 2.700,00 (dois mil e setecentos reais).  A regra do valor mínimo do piso salarial para os profissionais do magistério público da educação básica vale para todo o País. No entanto, na gestão petista essa regra não vale, pelo menos com relação aos professores temporários.

O mais intrigante de tudo isso é que, o repasse para pagar todos os professores entra nas contas da Prefeitura de Quixadá de acordo com o piso nacional – ou seja, sem cortes, mas chega às contas dos professores temporários de acordo com o bel prazer do prefeito (cortado quase pela metade). Vale lembrar que, o art. 206, inciso VIII, da Constituição Federal de 1988, e o art. 2º, parágrafo primeiro, da Lei Federal nº 11.738, de 16 de julho de 2008, garantem o pagamento do salário dos profissionais da educação escolar pública, em todo o território brasileiro, de acordo com o piso salarial nacional. Portanto, o Município de Quixadá não poderia estar pagando um piso salarial aos professores temporários muito abaixo do piso nacional, uma vez que tal conduta contraria a Lei e a Constituição, além de desvalorizar os profissionais que se dedicam a honrosa missão de educar.

Procurada a Secretária de Educação, Josênia França, confirmou que professores temporários não receberão o décimo, ela disse que esse assunto deveria ser tratado com a secretaria de administração, e que não irá falar sobre o assunto. “Tudo vai ser de acordo com o contrato assinado com cada professor, mande os professores virem falar comigo, estamos abertos a conversar” disse a secretária. Tentamos contato com o Sindicato dos Servidores Públicos – Sindsep – contudo o telefone da presidente Neiva Esteves não atendeu nenhuma de nossas ligações e nem houve qualquer retorno.

Na verdade, já está passando da hora de determinados gestores públicos entenderem que não é a “velha política” e nem a vontade arbitrária do prefeito que devem definir quanto um professor deve ganhar ou se deve receber ou não as verbas trabalhistas, que são direitos assegurados. Exigir que um professor exerça o seu trabalho normalmente, mas, por outro lado, pagar o seu salário cortado pela metade e ainda negar o terço de férias, 13º e pagamento integral referente ao mês do janeiro, é humilhante e nos remete às primitivas civilizações onde escravos eram submetidos à arrogância e a prepotência do Rei que “era a própria lei”.

Caso essa grave denúncia chegue ao Ministério Público, certamente a Justiça poderá obrigar o município a informar para onde está indo o repasse integral do Fundeb; a devolver o valor referente ao corte salarial indevido e às demais verbas sonegadas, e quem sabe as contas da prefeitura de Quixadá não serão bloqueadas para pagar o que já deveria ter sido pago. Afinal de contas, em tempos de crise, um trabalhador perder quase metade de seu salário e mais décimo terceiro, terço de férias e pagamento do mês de janeiro, por conta da mera vontade do prefeito é desumano, injusto e ilegal.




Comentários

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  1. EU QUERO A MINHA VAGA DE EFETIVO, E VOCẼS TEMPORARIOS VÃO TER QUE SAIR.

  2. RACHEL MARQUES NEM COMO ÚLTM OPÇÃO.
    SEM CONCURSO SEM VOTO!
    TCHAU QUERIDA!

  3. Voces deviam fazer um materia falando do reajuste dos aposentados ou seja o reajuste que ele nunca pagou foram 6 meses de janeiro a junho 2017 de reajuste dos aposentados que até agora ele não pagou.

  4. PARABÉNS, vem mais um aumento de combustíveis, mas pelo menos o TEMER diminuiu uma letra, de PMDB para MDB, é muita coisa em quem não faz nada de bom,só massacra os brasileiros,mas ainda tem muita gente batendo palmas,kkkkkkkkkkkkkk,coitados, tá chegando a resposta nas urnas.

    postagem nº 003-21/12/2017. as 13;30.

  5. Ana se informe melhor. No tempo do Romulo e do Joao foi o melhor tempo para prestador de serviço, pois se você não sabe até décimo terceiro era pago sem falar que todos recebiam normalmente nos meses de julho e janeiro e tem mais não existia perseguição a SP com Romulo e João. Agora se voce tem dúvidas faz uma pesquisa e pergunta a cada um dos temporários qual foi a época melhor que voce vai saber.

  6. Bom dia
    Eu só professora temporária há 8 meses, realmente gostaria q ele pagasse o décimo e as férias, mas isso foi tirado na gestão do Rômulo, e tirado trinta por cento na gestão do João, e ninguém comentou isso pq? E na gestão do Ilário q as pessoas acham de fazer críticas, por favor né….. Eu creio q o Ilário vai sim normalizar todo pagamento aos SPs e vamos receber paracido ou igual aos efetivos.

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