Como toda pessoa normal e de bom senso, você não deseja ser enganado. Deseja tomar decisões esclarecidas e ser respeitado por isto. Mas a manipulação da opinião pública, levada a cabo principalmente em certas épocas especiais, pode acabar fazendo de qualquer pessoa descuidada uma vítima. E você não deseja ser uma delas.
Dois tipos de vítimas
Há pelo menos dois tipos de vítimas de manipulação: primeiro, os que não fazem uma análise apropriada das questões envolvidas e acabam sendo conduzidos, sem perceberem, na direção desejada pelos manipuladores; e, segundo, aqueles que, em pleno exercício da sua capacidade de discernimento, aceitam ser manipulados. Estes últimos, não raro, até atuam para que o processo de manipulação dê certo. Isto é assim no universo da religião, da política, do comércio, do entretenimento, etc.
No universo da política, por exemplo, isto é notável. Neste segmento, os esforços de manipulação da opinião pública se acham especialmente presentes quanto mais próximas estão as eleições. E no processo de manipulação acham-se pelo menos um dos artifícios a seguir.
Artifícios usados pelos manipuladores
Distração: Inunda-se a cabeça das pessoas com informações destinadas a congestionar-lhes a mente. Com isto, diminui-se a possibilidade de que a maioria realize ponderações significativas sobre as questões que realmente importam. Quem é o postulante? Que tipo de vida ele leva? Como se saiu em relação a valores importantes, tais como honestidade, quando o poder lhe foi dado no passado? Cultivou mais amigos ou mais inimigos no decorrer de sua vida? Independente de qual seja a resposta, por que isto se deu? Com que tipo de pessoas ele já demonstrou preferir trabalhar? Há indicações de que deseja ocupar um cargo público apenas para acessar privilégios inerentes a este? Trabalha onde? É zeloso no que faz? Sua reputação lhe confere mais crédito ou descrédito? Estas são questões importantes que a tática da distração pretende evitar.
Apelo à emoção: Apelar para a emoção das pessoas e tentar convencê-las à base dela é muito mais fácil do que gastar tempo apelando para sua capacidade de análise racional. Atuar para que as pessoas se sintam parte de um grupo, de um time, de um lado, e para que torçam por este lado, independente de qualquer coisa, faz parte das manobras que jogam com as emoções do público. Os políticos desejam que as pessoas se apeguem a eles como elas se apegam a times de futebol. O problema é que eles e seus partidos não são times de futebol, e escolhas baseadas meramente em emoções típicas transformam o eleitor em mero torcedor.
Estimulo à complacência: Esta é uma artimanha utilizada principalmente por postulantes que desejam minimizar suas faltas anteriores com a sociedade. Para estimular a complacência do público, os políticos geralmente usam discursos populistas. Pretendem fazer com que as pessoas se identifiquem com eles, com suas histórias de vida, e assim por diante.
Boneco de palha: Semelhante ao artifício da distração, este também visa o desvio da mente de questões importantes, mas se diferencia por oferecer uma questão específica para consumir o raciocínio do público. Enquanto pensa no boneco de palha oferecido, o público deixa de averiguar aquilo que o postulante deseja que não seja averiguado.
Medo e preconceito: Espalhar o medo tem sido uma artimanha eficaz há muito tempo. Utilizar o preconceito também. Sempre que uma sugestão lhe causar a sensação de medo de uma certa escolha, desconfie e analise com cuidado o argumento oferecido.
Opção Messias: Oferecer-se ao público como uma Opção Messias, ou como “Salvação Mágica da Pátria”, é outra artimanha utilizada para manipular a opinião. Manipuladores sabem utilizar períodos de crise para promover a própria imagem. Sabem utilizar o sofrimento das pessoas em benefício dos próprios intentos. Numa situação difícil, as pessoas estão propensas a aceitar soluções fáceis. Vale lembrar, no entanto, que não existem soluções mágicas e nem pessoas com poderes mágicos. Não é porque as coisas estão ruins que se deve sacrificar a racionalidade, especialmente em se tratando de escolhas importantes.
Apresentar-se como vítima: Tendemos a ser compassivos com vítimas de qualquer espécie. Políticos manipuladores gostam de se apresentar como vítimas. No fundo, há o desejo de que suas ações não sejam questionadas. Para alcançar este objetivo, afirma-se que os adversários são perseguidores. O político que se vende como vítima se faz de vítima até quando é comprovadamente culpado daquilo de que lhe acusam. É válido, portanto, redobrar os cuidados com aqueles que assim se apresentam.
Informação é poder
Seja qual for a sua idade ou situação na vida, é certo que você não deseja abrir mão da sua liberdade de escolha por se tornar vítima da manipulação. Nem quer que sua família também o seja. Por isto, em épocas em que se exige da sociedade decisões importantes, é vital que conheçamos quais as artimanhas utilizadas contra a liberdade. Informação representa poder. Não esqueça disto. Você não merece ser parte de nenhuma massa manobrada.
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