Monólitos Post

Cerca de quinhentas carradas de aterro foram retiradas de uma área de preservação ambiental em Quixadá, município do Sertão Central do Estado, numa ação que, segundo o Dr. Gladson Alves do Nascimento, presidente da seccional da OAB neste município, configura claramente crime ambiental.

Durante este mês de março, caminhões truncados se revezaram em extrair o material de uma extensa faixa de terras federais, nas proximidades do Açude Cedro. Antes da extração, parte do terreno foi desmatado e a primeira camada de terra, considerada ruim, teria sido destinada a empreendimentos privados.

Máquinas levadas para a área continuaram extraindo aterro, deixando, no final, uma enorme cratera de centenas de metros de extensão. Com as chuvas mais recentes, o enorme buraco acumulou significativa quantidade de água. O material considerado bom, abaixo da primeira camada, teria sido destinado às obras da UFC e do DETRAN em Quixadá.

Sem licença da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), a atividade na área protegida que é, inclusive, tombada, teria sido autorizada pela administração local do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). A agressão ao meio ambiente só parou após uma denúncia ter alertado a diretoria do órgão em Fortaleza, que ordenou a imediata paralisação da extração.

O Presidente da Associação de Imprensa do Sertão Central (AISC), Sr. Wanderley Barbosa, e o Dr. Gladson Alves, da OAB, formalizarão uma denúncia junto ao Ministério Público Federal. A Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, estipula as penalidades para crimes ambientais no Brasil.

A área agredida dificilmente conseguirá ser restaurada no decorrer dos próximos anos e, de fato, não é possível reparar plenamente o dano.

A seguir, veja o registro fotográfico do local violado: