Três milhões, vinte e sete mil, oitocentos e quarenta e quatro reais e cinquenta e seis centavos! Este foi o valor total de um convênio firmado no dia 30 de dezembro de 2007 entre a Prefeitura Municipal de Quixadá – naquela época sob o comando do petista Ilário Marques -, e o Ministério da Integração Nacional, para implantar obra de drenagem de córrego do Rio Sitiá. Começava ali a promessa nunca cumprida de uma resolução para o problema dos alagamentos que afetam, em especial, cidadãos que moram no entorno do Terminal Rodoviário e na Avenida José Caetano, no Centro da cidade.
De acordo com os termos originais do convênio, o Governo Federal entraria com um recurso no valor de R$ 1.940.000,00, enquanto a prefeitura entraria com uma contrapartida no valor de R$ 1.087.844,56. De acordo com fontes atualmente ligadas à gestão municipal, apesar de ter assumido este enorme compromisso financeiro, o ex-prefeito Ilário Marques nunca fez o repasse da contrapartida.
De acordo com o Diretor do Departamento de Convênios e Projetos da gestão atual, Francisco das Chagas da Silva, “até este momento a obra foi executada em um percentual de 23,94%, que corresponde ao valor de R$ 616.553,69”. Este valor gasto teria saído do repasse feito pelo Governo Federal. O restante do valor repassado, segundo a prefeitura, está depositado em caixa.
Chagas também explica que a demora na execução da obra ocorre porque a primeira empresa contratada, a A.L. Teixeira Pinheiro, não cumpriu os termos do contrato, o que obrigou o poder público a rescindi-lo no dia 21 de dezembro de 2011. Um novo processo licitatório foi aberto e no dia 27 de julho de 2012 a empresa Só Constroi assinou contrato para finalizar a obra. Porém, a Só Constroi entrou em falência e teve seu contrato rescindido no dia 31 de março de 2014.
Ainda segundo Chagas, “após a rescisão com a empresa Só Constroi, o Departamento de Convênios e Projetos da atual gestão requalificou o projeto dentro dos padrões da engenharia, analisando os trabalhos já executados e os valores desembolsados”. Ele acrescenta: “Realizada as respectivas atualizações, os trabalhos foram repassados para o setor de licitação e contratos para a abertura de novo processo licitatório”.
Assim, a continuidade das obras na Avenida José Caetano dependeria da contratação de uma nova empresa e, claro, da capacidade da atual gestão de oferecer o valor da contrapartida. Na visão de muitos que avaliam este assunto, Ilário Marques teria apenas feito a dívida e deixado o abacaxi para seus sucessores. Até hoje, porém, o problema não foi resolvido. Curiosamente, no mais recente alagamento um vereador petista foi visto entrevistando os moradores no meio da chuva e atribuindo a culpa pelo sofrimento delas exclusivamente a atual gestão.