Sob muitos aspectos, a atual administração de Quixadá, comandada pelo prefeito João da Sapataria, poderia ser descrita como uma das piores de todos os tempos. O descontrole na gestão das finanças, por exemplo, tem levado o município a uma crise com o funcionalismo que parece não ter fim.
Um comparativo simples com a gestão anterior aponta para um dos maiores problemas da atual administração: o inchaço exorbitante na Folha de Pagamentos. Vale ressaltar que na época em que Rômulo Carneiro estava à frente da prefeitura, não obstante todas as dificuldades, não se ouvia falar em atrasos salariais. Ao contrário, havia um calendário de pagamentos e, em pelo menos uma ocasião, sobrou dinheiro para ratear entre os funcionários da secretaria de educação.
Atualmente, imperam os atrasos e o calendário de pagamentos foi abolido, dada a incapacidade gerencial que esta administração tem para controlar o fluxo de caixa. O resultado não poderia ser diferente: diversos setores em greve e muita insatisfação por parte de aposentados e pensionistas.
INCHAÇO NA FOLHA
Dados obtidos junto ao Tribunal de Contas dos Municípios são reveladores quanto à disposição da atual gestão para inchar a folha de pagamentos. Apenas a título de exemplo, considere o seguinte: Rômulo Carneiro mantinha em seu gabinete 63 pessoas trabalhando. João Hudson conseguiu entupir o gabinete com nada menos que 160 pessoas! São noventa e sete pessoas a mais! O salário médio pago aos lotados no gabinete é de R$1.182.,03. Para a despesa anual apenas com o próprio gabinete, Hudson empenhou mais de um milhão e meio de reais. Um gasto estratosférico!
Na Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente o número de lotados saltou de 101 para 145. A média salarial, por sua vez, pulou de R$ 744,00 para R$ 1.327,00.
De 627 servidores na secretaria de saúde na gestão de Rômulo, o número já chegou nesta gestão atual ao patamar de 714 pessoas. Na secretaria de turismo o número foi de 19 para 47. A Fundação Cultural foi de 33 para 57. O Fundo Municipal de Assistência Social pulou de 33 para 90. No Instituto de Previdência do Município, João Hudson colocou mais 88 pessoas para trabalhar, e o número saiu de 101 para 189.
A Prefeitura de Quixadá mantém 4.261 pessoas lotadas em suas 20 repartições, com salário médio de R$ 1.785,56. Com este povo todo, João Hudson gastou nada menos do que R$ 60.866.000,00 entre os meses de janeiro a agosto deste ano, o que equivale a 48,68% da Receita Corrente Líquida.
INFLUÊNCIA DOS VEREADORES
Muitos atribuem a explosão do crescimento na folha à influência dos vereadores. Há quem diga que cargos, empregos e benefícios afins são concedidos aos parlamentares em troca de apoio e sustentação política. De fato, alguns vereadores usam a relação com o prefeito para empregar na prefeitura boa parte do seu eleitorado, num ciclo sem fim de exploração indevida dos recursos públicos.
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