Iniciada em julho de 2008, a obra do Conjunto Habitacional Loteamento Jaime Lopes, prevê a construção de 217 casas. Entretanto, as obras estão paralisadas e a população não sabe quando serão retomadas.
Um morador, identificado por Pedro, denunciou na manhã desta segunda-feira, dia 24, as péssimas condições físicas que se encontram as unidades habitacionais.
Segundo ele, as recentes chuvas no município foram o suficiente para que algumas residências já apresentassem fissuras nas paredes. “As casas não tem segurança de nada, não sei por quê. Só porque é para pobre?”, interrogou Pedro, afirmando em seguida que algumas pessoas contempladas pelo projeto já planejam vender suas casas antes mesmo de serem concluídas, por temerem problemas futuros na estrutura.
Em janeiro de 2009 o vereador Rômulo Filho (PSB), requereu junto ao Ministério Público do Estado do Ceará, que o órgão tomasse providências necessárias a fim de esclarecer e apurar a denúncia de uma possível fraude na licitação para construção de casas populares.
O parlamentar acusou o prefeito Edmilson Júnior de ter obtido vantagem nas eleições municipais daquele ano com o início da construção, que aconteceu antes mesmo da conclusão do processo.
Em entrevista concedida em setembro de 2010 à reportagem de uma emissora de TV do Estado, o prefeito municipal, Edmilson Júnior, teria atribuído a demora na conclusão das obras ao fato de estarem sendo realizada por trabalhadores do próprio município e não por uma construtora. Edmilson atribuiu ainda, a paralisação ao processo eleitoral que estava em curso. A TV, entretanto, não veiculou a matéria.
Na mesma época a equipe de jornalismo do Sistema Maior de Comunicação procurou o prefeito Edmilson Junior para esclarecer o assunto, e o mesmo voltou a afirmar que a demora se deve aos fatos por ele já atribuídos, além de uma avaliação que a Caixa Econômica Federal estaria realizando, o que impossibilitaria a conclusão imediata.
Já o gerente da agência local da Caixa Econômica em Quixeramobim, João Paulino, afirmou que o processo de avaliação é realizado pelo setor de engenharia da instituição, que tem sede em Fortaleza, e que cabe a prefeitura solicitar ao referido setor a avaliação.
Segundo ele, depois de feito isso, o processo não é demorado. “Depois de solicitado, é o tempo de apenas uma equipe deslocar-se de Fortaleza para cá”, disse o gerente.
A Caixa já repassou, segundo o gerente, nove parcelas, o que equivale a 52% do valor total da obra, que teria recebido somente no período de junho e agosto de 2008, o investimento de R$ 434.000,00, resultado de um convênio realizado entre Governo do Estado através da Secretaria das Cidades, Caixa Econômica Federal e Prefeitura Municipal de Quixeramobim.
Enquanto o impasse e a paralisação permanecem, as centenas de famílias que serão beneficiadas continuam sonhando com uma moradia digna, sem entender o porquê da demora na entrega das prometidas unidades habitacionais.
Fonte: Sistema Maior