Mesa diretora da Câmara de Quixadá precisa repensar o seu papel e entender que “o Legislativo não é puxadinho do Executivo”

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A nova mesa diretora da Câmara Municipal de Quixadá será eleita nesta quinta-feira (20) e o cenário que se desenha é de apenas duas candidaturas à Presidência da casa. Sobre o assunto, o vereador Luiz do Hospital, no último sábado (15), no programa Sertão Cidadão, transmitido pela rádio Liderança e pela TV Monólitos, alertou os colegas parlamentares. Para ele, parte da vereança cumpriu o seu papel, entretanto, o Executivo não deu resposta. Além disso, alguns colegas de casa precisam entender que “o Legislativo não é puxadinho do Executivo”.

Se a frase viesse de um eleitor, poderia se questionar a crítica pela crítica, mas o aviso vem de quem faz o poder Legislativo local. É a percepção de quem, no dia a dia, sabe das dificuldades de se tratar assuntos de interesses do município com um Executivo desgastado, autoritário e que faz com que seus desejos ecoem e tenha voz na subserviência do plenário da Câmara. Ao que parece, a casa do povo não representa a quem de fato deveria representar. Para boa parcela dos 17 parlamentares, que simbolizam os quixadaenses, a casa legislativa é balcão de negócios onde a moeda de troca são cargos e favores negociados além das duas sessões ordinárias que ocorrem semanalmente.

A manutenção desse sistema passa pelo atual presidente da Câmara, Ivan Construções, que deverá ser, naturalmente, candidato a reeleição. Ele tem apoio do prefeito Ilário Marques, petista que havia sido afastado e que continua sendo investigado por comandar suposto esquema de corrupção. A reeleição de Ivan poderá dar continuidade ao projeto de submissão do poder Legislativo ao Executivo, mas pelo que deu a entender o vereador Luiz, ainda no programa Sertão Cidadão, essa subserviência poderá ter fim. “Nós temos sete vereadores, nós não temos a vaidade de vereador a ou c ou d ser o presidente, mas nós teremos uma chapa”.

A oposição, pelo que disse o parlamentar, terá candidato à Presidência da Câmara Municipal, o que fortalece a Democracia dentro da própria casa e que também demonstra que parte dos parlamentares sabem do seu papel como poder independente. Ao mesmo tempo os edis quixadaenses devem agir com a premissa de que os dois poderes devem ser harmônicos entre si, isto não quer dizer que um deve ser submisso ao outro, mas sim agir para que o interesse público prevaleça.

Para que os anseios da população torne-se realidade, é necessário que as pessoas tornem-se eleitores antes, durante e depois das eleições. Uma atitude que tornará cada eleitor um vigilante das ações das câmaras municipais e das prefeituras. É necessário participarmos efetivamente da vida política do município, o que ajudará que um poder não interfira no outro.

Os quixadaenses terão oportunidade de rever o seu papel como munícipes a partir da eleição da Câmara, acompanhando a postura do atual presidente, caso continue presidindo a casa, ou de um novo que possa vir a ganhar a eleição da próxima quinta. Além disso, com a crise vivida em Quixadá, aproveitando que um novo ano se inicia, é interessante acompanhar o que o vereador que você votou tem cumprindo o papel de fiscalizador e legislador. É preciso tornar a atitude de acompanhar o trabalho do Legislativo uma cultura nossa.


Por: Herley Nunes
Email: monolitosquixada@gmail.com




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