Vergonha: Para livrar Ilário Marques de denúncia, vereadora diz que fiscalizar Executivo não é papel da Câmara

- por
  • Compartilhe:

Reza o artigo 31 da Constituição Federal que “a fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo municipal, na forma da lei”. Complementando o caput do dispositivo o seu inciso primeiro diz que “o controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver”.

O desconhecimento deste artigo por uma vereadora do município de Quixadá foi demonstrado por ela mesmo na sessão de quarta-feira (21) e suas atitudes tem decepcionado os seus 927 eleitores, pois renegou o papel de representá-lo ao dizer que não investigaria uma denúncia contra o prefeito afastado por comandar suposto esquema de corrupção, o petista Ilário Marques. “Se é algo sério, algo técnico, porque não espera as contas de 2017 serem julgadas pelo TCE. Eles é que são as pessoas habilitadas para isso. O TCE é que é habilitado para esse tipo de investigação. Então vamos esperar chegar, vamos ver o que vem de lá para ai sim a gente iniciar uma investigação”, disse Jesyca Severo.

A atitude da parlamentar de tratar o seu papel de fiscalizadora do poder Executivo municipal é vergonhosa não apenas por desconhecer a função que deve exercer, mas muito mais pelo que acontece nos bastidores da política local. Ela é uma das acusadas de ter 50 empregos fantasmas na gestão do prefeito afastado por suspeita de corrupção, de acordo como denunciou o jornalista Donizete Arruda no seu programa Conexão Brasília – Ceará pela FM Plus.

Além disso, a mãe da vereadora, que também já ocupou uma das vagas na Câmara de Quixadá é aliada do petista e tinha cargo comissionado na gestão afastada, denúncias relatam, inclusive, que a genitora da parlamentar seria uma das que recebiam sem a necessidade de trabalhar, uma outra denúncia que ela esconde para debaixo do tapete. Ao votar contra a população Jesyca Severo, que está em seu primeiro mandato, não está defendo os interesses dos quixadaenses, mas sim os de sua família, que há anos vive do poder público, ou seja, do dinheiro do povo.

Ainda numa clara tentativa de esconder que desconhece as atribuições de um vereador, a parlamentar atacou a imprensa, momento em que revelou que também não acompanha as notícias do município, pois criticou os veículos de comunicação de Quixadá ao lembrar “que em momento algum a denúncia diz que o prefeito se apropriou do dinheiro. Isso foi divulgado pelas mídias irresponsáveis do município”.

Esta última declaração de Jesyca Severo denota que ou ele vive em um mundo paralelo ou quer jogar seus eleitores contra imprensa, uma vez que os veículos de comunicação do município divulgaram apenas o que “a gestão comandada pelo petista maquiou e fraudou os Demonstrativos Fiscal e Orçamentário contidos na prestação de contas do governo no exercício de 2017, visto que foram gastos quase R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) sem a devida anuência do Poder Legislativo Municipal”, de acordo com que denunciou a advogada Flávia Regina Cabral.

Além de Jesyca Severo, votaram contra o papel de fiscalizar os atos do chefe do Poder Executivo, tratando a denúncia como improcedente, os vereadores Denis Dutra, Cesar Augusto, Ivan Construções, Iranildo Bacurim, Zé Maria da Art vidro, Láercio Oliveira, Neto do Custódio e Rosa Buriti.

Já os parlamentares que votaram a favor do recebimento da denúncia para investigação e possível impeacheament de Ilário Marques foram Renê Matias, Cabo Marlim, Evaristo Oliveira, Luiz do Hospital, Marcelo Ventura, Louro da Juatama e professor Damasceno.

Assista o momento em que a vereadora Jesyca Severo mostra que desconhece o principal papel de um vereador:




Deixe seu comentário

Os comentários do site Monólitos Post tem como objetivo promover o debate acerca dos assuntos tratados em cada reportagem.
O conteúdo de cada comentário é de única e exclusiva responsabilidade civil e penal do cadastrado.