Monólitos Post

O petista Ilário Marques, prefeito afastado sob suspeita de comandar um esquema de corrupção dentro da Prefeitura Municipal de Quixadá, sempre gostou de dizer, em seus discursos, que era político honesto, ignorando o fato de que havia sido condenado por improbidade administrativa por instâncias inferiores da Justiça Federal e que depois se confirmou pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), entretanto a operação “Fiel da Balança”, que tem à frente o Ministério Público do Estado do Ceará, ajudou a mostrar que a história não é como ele conta. O órgão pediu o afastamento de Ilário após descobrir que ele montou um esquema onde recebia propina da empresa contratada para realizar a coleta do lixo produzido na cidade.

Agora, a “Fiel da Balança” ganha um novo capítulo: O Ministério Público investiga o “sumiço” de R$ 20 mil da Prefeitura de Quixadá na gestão afastada por suspeita de corrupção, o que novamente pode confirmar o que foi dito pelo delator do esquema, o dono do aterro sanitário de Senador Pompeu, e também pelo que foi apurado pelo promotor que pediu o afastamento do prefeito.

Depósito de R$ 40 mil para a empresa no dia 16 de fevereiro de 2018

De acordo com documentos obtidos, com exclusividade, pelo Monólitos Post, a gestão petista transferiu R$ 40 mil reais, no dia 16 de fevereiro de 2018, da conta da Prefeitura de Quixadá para a empresa DLF Serviços de Limpeza Urbana e Ambiental, entretanto, conforme denunciou o vereador Eleri Matuto, na sessão do último dia 10, a época a  gestão afastada publicou no Portal da Transparência do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que pagou apenas R$ 20 mil reais aos serviços prestados.

De acordo com o TCE somente R$ 20 mil passaram pela contabilidade

Os órgãos de fiscalização e a população do município quer saber: Onde foram parar os outros R$ 20 mil reais?

O caso é grave e pode decretar a confirmação de que o prefeito afastado, Ilário Marques (PT), recebia a propina do lixo para abastecer a campanha de sua esposa, a deputada estadual Rachel Marques, para uma das vagas na Câmara Federal, mesmo assim ela não conseguiu ser eleita. A destinação do dinheiro para abastecer a campanha de Rachel foi denunciada aos Promotores de Justiça pelo próprio sócio da DLF, o empresário delator do esquema, Ernani Teles.

Procurado pelo Monólitos Post, o vereador Denis Dutra, que era o secretário de Finanças da administração afastada por suspeita de corrupção, inicialmente ficou surpreso com a informação, chegou a pedir que a produção enviasse cópia do depósito, após verificar o documento ele confirmou a autenticidade do pagamento. “O depósito realmente foi feito, isso para pagar um débito de dezembro de 2017, porém acho que deve ter havido um erro na informação do Portal da Transparência” disse o ex-secretário de Finanças. Importante ressaltar que as informações do Portal da Transparência foram alimentadas pela própria gestão que foi afastada sob suspeita de desviar, justamente, dinheiro relacionado ao lixo do município.