Monólitos Post

O Ministério Público do Estado do Ceará, por meio da Promotoria de Justiça do Juizado Especial Cível e Criminal de Quixadá, requereu à Justiça medida cautelar, nesta quinta-feira (05), para que a Prefeitura daquela cidade não deposite resíduos sólidos no lixão municipal.

Segundo o promotor de Justiça Marcelo Cochrane, a área já havia sido ambientalmente recuperada por uma empresa terceirizada de limpeza urbana e não poderia ser “novamente poluída por mera vontade do gestor municipal. No entanto, conforme farta documentação em anexo, o município de Quixadá vem utilizando novamente a área, já recuperada, para depósito de resíduos sólidos, de forma inadequada, cavando valas no terreno para depósito de lixo, gerando degradação ambiental e prejudicando sobremaneira a saúde da população”, argumenta o representante do Ministério Público.

A ação destaca que o local utilizado para o lixão de Quixadá é inapropriado para tal uso, “chegando a causar riscos de acidentes aos que trafegam na rodovia adjacente, bem como pela proximidade com o aeroporto local”. A Promotoria de Justiça requereu, ainda, que seja imputada multa pessoal ao prefeito de Quixadá, Ilário Marques (PT), de R$ 10.000,00 (dez mil reais), caso seja descumprida a ordem judicial porventura concedida.

Escândalo do lixão

O escândalo do lixão, como está conhecido em Quixadá, começou quando na edição do dia 28 de março do programa 970 graus, levou ao ar uma grave denúncia contra o prefeito Ilário Marques. O noticioso recebeu o proprietário do aterro sanitário de Senador Pompeu, Ernani Teles de Castro Junior, que explicou os motivos do lixão voltar a ser operado na Terra dos Monólitos.

O empresário foi categórico ao informar que, no início deste ano, entregou o lixão totalmente recuperado para que, assim, não houvesse mais depósito de lixo na área. O solo foi preparado, aplicado manta e monitorado, trabalho que durou 37 dias para ser realizado e que custou um pouco mais de R$ 388 mil.

O chefe do Executivo quixadaense ao comunicar a alguns vereadores e secretários o fim da parceria com o dono do aterro sanitário de Senador Pompeu, numa reunião a portas fechadas no dia 17 de março, em seu gabinete, informou também que o lixão voltaria para o local de sempre, as margens da CE-060.

O dono do aterro vai mais além. De acordo com os conhecimentos técnicos e a experiência profissional, ele afirma que a prefeitura não poderá depositar o lixo produzido em nenhum local dentro do município. “Em qualquer local dentro de Quixadá, hoje, que ele venha depositar lixo, estará cometendo um crime federal, ambiental”, frisou o empresário.