É grave a situação no município de Quixeramobim. A falta d’água preocupa muito a população, que já foi avisada que o abastecimento está garantido apenas até o final deste mês de julho.
As últimas precipitações no Sertão Central foram muito bem vindas, mas ainda insuficientes para aliviar a tensão. Afinal, ninguém mata sede apenas com esperança.
A terra de Antônio Conselheiro, portanto, precisa de ajuda; e precisa rápido. Até que a anunciada adutora a partir do açude Pedras Brancas fique pronta, a ameaça de suspensão completa no fornecimento de água em Quixeramobim é real.
Quem pode pagar do próprio bolso está investindo na perfuração de poços profundos, mas essa é uma parcela pequena da população.
Quixadá
Na semana passada, a CAGECE avisou à população de Quixadá que um problema na estação elevatória que bombeia água do açude Pedras Brancas causaria interrupção no serviço de abastecimento, mas que em poucos dias o defeito seria corrigido. Porém, na manhã desta segunda-feira, 06, cidadãos de vários bairros da cidade ainda estão sofrendo sem água nas torneiras.
Por causa da decisão do governo estadual de construir uma adutora a partir do Pedras Brancas para abastecer o município de Quixeramobim, já começaram as especulações de que a interrupção do abastecimento em Quixadá poderia ser proposital, visando apenas economia no consumo.
Ocorre que se o período de seca continuar, a construção da já mencionada adutora poderia acabar agravando o problema de abastecimento na região, já que o volume do açude está, atualmente, em apenas 18.99% e prossegue caindo. Nesse ritmo, os dois municípios – Quixadá e Quixeramobim -, podem chegar à metade de 2016 enfrentando colapso no abastecimento.
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A torcida de todos é para que as previsões de continuidade da seca em 2016 – da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) – não se concretizem. A razão é simples: como colocar uma adutora para quase dobrar a extração de água de um reservatório praticamente seco?
É daí que vem a desconfiança de que, daqui para frente, o fornecimento de água para Quixadá seja suspenso outras vezes. Tudo para segurar o máximo possível o volume do Pedras Brancas e, no fim, justificar a construção da adutora para Quixeramobim.
É claro que os órgãos governamentais e a CAGECE não adotarão a postura de reconhecer uma versão destas para a interrupção no fornecimento em Quixadá. O que eles não podem deixar de reconhecer é o direito dos cidadãos de ficarem desconfiados. Afinal, todo mundo é sabedor de duas coisas: (1) “Quem não tem cão, caça com gato”; e (2) o Palácio da Abolição não tem cão para caçar.
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Por Gooldemberg Saraiva
(bergsaraiva@gmail.com)