Monólitos Post

Tem-se observado nas redes sociais e nas ruas de Quixadá constantes reclamações quanto ao tratamento dispensado pelo governo do Estado do Ceará a este município do Sertão Central.

Segundo os comentários do povo, desde a gestão do então governador Cid Gomes – hoje Ministro da Educação -, que Quixadá vem perdendo investimentos. O maior símbolo desta situação é o Hospital Regional do Sertão Central, que foi instalado a contragosto de quase toda a lógica operacional no município de Quixeramobim. Já construído, permanece sem funcionar porque aquele município não dispõe dos recursos hídricos necessários. Se fosse em Quixadá, já estaria com os motores ligados.

À parte das discussões quanto a quem é o culpado pela perca cumulativa de investimentos, a atual situação de Quixadá deveria ser definida como boa em relação ao governo do Estado e, pelo visto, não tem sido assim. Senão vejamos.

O prefeito de Quixadá, João Hudson é, em relação ao governo Estadual, igualzinho ao vestido azul e preto ou branco e dourado que bombou nas redes sociais nesta última quinta-feira, 26. Ou seja, João parece não ter cor específica, e mesmo que ele se defina como deste ou daquele lado, não faz diferença nenhuma. Não se pode, assim, apontar o prefeito como inimigo do governo Estadual e, consequentemente, tal suposta desavença não pode ser usada para justificar o aparente desinteresse do Estado pelo município.

De fato, João tem ampla liberdade de circulação para solicitar, propor e pedir o que quiser. Camilo Santana não tem nenhum motivo para tratar o prefeito com rabiçacas. Ao passo que esta situação aponta para uma possível ineficiência da gestão no trato dos interesses públicos municipais perante a máquina estadual, ao mesmo tempo indica que o governo do Estado não possui razões para atuar contra Quixadá.

Mas a principal razão para a afirmação de que a situação de Quixadá deveria ser boa perante o governo do Estado é a propagandeada estreita relação entre Osmar Baquit, Ilário Marques e Rachel Marques com o governador. Com boas razões, eles estão sendo chamados de “os amigos do governador”. É de se supor que, nesta posição, eles pudessem fazer toda a diferença quanto a angariarem a atenção do Estado para o município que serviu de base para seus voos políticos.

Mas apesar das graças que receberam de Camilo, que diferença eles realmente tem feito para o município de Quixadá? Verdade seja dita: até o momento, nenhuma. Ao que parece, em vista das pretensões políticas deste trio para 2016, quanto pior estiver a Terra dos Monólitos, melhor. Arriscar ser superior a essa velhacaria de método e trabalhar pelo bem do povo, mesmo durante a administração de um opositor, não parece ser da estirpe do trio.

Cirilo Pimenta, que não nasceu ontem, sabe bem aproveitar os sururus dos políticos de Quixadá. Nesta semana, esteve em Brasília assegurando que o curso de medicina vá para seu município. João também esteve em Brasília, mas ninguém sabe onde exatamente. Ilário e Rachel, bem como o Secretário Osmar, nada dizem acerca do assunto. Pelo visto, eles acham que as promessas que Camilo fez em campanha só podem ser cobradas se João não estiver na prefeitura.

Em campanha, Camilo prometeu o curso de medicina para Quixadá, mas qual dos três amigos irá lembrá-lo disto? Provavelmente nenhum. Afinal, 2016 está logo aí, e é só nisso que todos pensam. Quando será que o povo de Quixadá vai realmente fulminar nas urnas toda essa barafunda política instalada em suas entranhas?