Por: Thais Carvalho Diniz, do UOL
Se você que está lendo esta reportagem é uma mulher, provavelmente, se identificará com pelo menos alguns dos itens listados abaixo. Se é homem, o texto pode ajudá-lo a entender melhor a sua parceira. O assunto? A vagina.
1. Tamanho: a vagina é elástica e, segundo Flávia Fairbanks, membro da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), o tamanho muda de acordo com a idade. “Na fase adulta, tem de 7 cm a 8 cm de comprimento, em repouso. Durante a relação sexual, essa medida pode chegar a 12 cm de comprimento e 3 cm de largura”, afirma. Flávia explica que a cavidade vaginal atinge o máximo de dilatação durante o trabalho de parto: 10 cm.
2. A vagina “fala”: marcas ou manchas na calcinha, mau cheiro e coceira podem ser sinais de alguma doença. O corrimento, porém, nem sempre é um problema: quando é inodoro, trata-se de um mecanismo natural de defesa da mulher. “Quanto ao sexo, dor durante a penetração ou dificuldade de lubrificação podem denunciar uma disfunção sexual que precisa de tratamento”, explica a terapeuta sexual Paula Napolitano.
3. Ruídos: você já se constrangeu durante o sexo por causa de algum barulho na hora da penetração (parecido com gases)? “É normal. Com o movimento sexual, pode haver a entrada de ar na vagina”, afirma Carolina Ambrogini, ginecologista, sexóloga e coordenadora do Projeto Afrodite da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
4. Depilação não faz mal: de acordo com as ginecologistas Flávia Fairbanks e Carolina Ambrogini, os pelos servem como proteção contra atrito e entrada de corpos estranhos na vagina. Porém, não há mal nenhum em depilá-los. “Para as mais sensíveis, deixá-los é mais confortável, por conta do atrito, mas nada é proibido ou prejudicial”, diz Carolina.
5. Plásticas: algumas mulheres se incomodam com o tamanho dos lábios genitais e buscam na cirurgia plástica a saída para se sentirem mais confortáveis com seu corpo. Segundo Luiz Carlos Ishida, cirurgião plástico e membro da SBP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), a procura por esse tipo de intervenção aumentou. “Em 2010, realizávamos cerca de quatro operações dessas por ano. Hoje, não passamos uma semana sem fazer”.
6. O poderoso clitóris: muitas mulheres chegam ao orgasmo apenas com o estímulo do clitóris, que está localizado na parte exterior da vulva. Segundo Paulo Tessarioli, psicólogo especialista em sexualidade humana, o órgão tem cerca de oito mil terminações nervosas e, por isso, é tão sensível. “Esse detalhe da anatomia feminina é muito curioso, já que a mulher tem um órgão destinado exclusivamente ao prazer”, afirma.
7. Tamanho não é documento: se formos levar em consideração a possibilidade de prazer feminino, a afirmação de que o tamanho do pênis não importa procede. “Os cinco primeiros centímetros da vagina são os mais ricos em terminações nervosas e, por isso, dizer que o pênis maior dá mais prazer é um mito”, explica a terapeuta sexual Paula Napolitano. Além disso, a vulva pode ser explorada por inteiro.
8. Transpiração e ventilação: muitas mulheres se incomodam com o suor vaginal, mas, de acordo com Flávia Fairbanks, por ter grande quantidade de glândulas sudoríparas, a transpiração é natural. “Algumas mulheres relatam que é a região do corpo onde mais suam”, conta. Ela explica que, como é um órgão fechado e, por isso, quente e úmido, é favorável à proliferação de fungos e bactérias. “Por isso, quanto mais ventilado for, menores as chances de infecções. Dormir sem calcinha ou usar peças 100% algodão é altamente recomendado”.
9. “Autolimpeza”: segundo a médica Flávia Fairbanks, o corrimento inodoro e esbranquiçado é o responsável por eliminar toxinas, bactérias e células mortas vaginais. Justamente por isso, não é preciso lavar o canal vaginal. “Usar água e sabonete com pH neutro na região externa já é suficiente para manter a higiene”, diz.
10. Ginástica vaginal: o pompoarismo é um treinamento da musculatura vaginal que aumenta o prazer sexual do casal durante a penetração. Além disso, a vagina é composta por músculos e precisa ser exercitada, assim como o resto do corpo, segundo a terapeuta sexual Paula Napolitano. “Faz parte do bem-estar e do autoconhecimento feminino. Exercícios como os de contração e relaxamento ajudam a fortalecer a musculatura e deixam a vagina mais sensível. São muito indicados para problemas que podem surgir com a idade, como a flacidez genital e a incontinência urinária”.