Com o objetivo de verificar o funcionamento do Instituto Doutor José Frota (IJF) após o incêndio do último dia seis, os deputados Welington Landim (PSB), Heitor Férrer (PDT), João Jaime (PSDB) e Artur Bruno (PT) visitaram o hospital na tarde desta quinta-feira (08/04).
Os parlamentares concordaram que o atendimento é extremamente deficiente e que é preciso a adoção de medidas urgentes por parte do Poder Público.
O incêndio aconteceu quando duas quedas de energia provocaram um curto em um dos geradores. O fogo não atingiu grandes proporções, mas a fumaça e a falta de energia geraram confusão.
Cerca de 60 pacientes da emergência localizada nas áreas de risco e os que estavam nas salas de cirurgia para serem operados precisaram ser alojados no pátio externo da unidade.
De acordo com Welington Landim, propositor da visita, há um estrangulamento no atendimento. Ele destacou que falta infraestrutura e leitos, além de as condições de trabalho serem péssimas. O socialista lembrou que o grande número de pacientes oriundos do Interior é uma das causas da superlotação do hospital.
Heitor Férrer também criticou as condições de atendimento do IJF, que segundo ele, é o maior do Estado em emergência. Ele defendeu a duplicação do Instituto, e ainda, a construção de mais dois hospitais de retaguarda e um de urgência.
Para o pedetista, é inadmissível que a população enfrente tamanho descaso por parte do Poder Público.
Os deputados questionaram o superintendente do IJF, Messias Barbosa, a respeito do incêndio.
Eles ressaltaram que o Corpo de Bombeiros informou que o hospital está com o certificado de conformidade – documento emitido pela corporação – vencido.
Também quiseram saber sobre o contrato de manutenção do equipamento que causou o incêndio, o local onde o mesmo está instalado e o prazo de normalização do atendimento.
Messias Barbosa explicou que o certificado não está vencido e que o contrato com a empresa responsável pela manutenção está em dia. Ele disse, ainda, que a previsão é de que até domingo o atendimento volte ao normal.
Hoje, os 378 leitos do IJF estão lotados, e dos 11 centros cirúrgicos existentes, apenas seis estão funcionando, realizando somente as cirurgias de urgência.
Messias Barbosa informou que os pacientes menos grave estão sendo encaminhados para outros hospitais da Capital.
Quanto à localização do aparelho – bancos capacitores (utilizados para corrigir a oscilação da energia que vem de fora) – a chefe de manutenção do IJF, Adenir Leite, disse que o local não é o ideal, mas que está lá desde o projeto inicial do hospital.
Segundo ela, toda a fiação dos geradores passa por cima dos bancos capacitores. Isso levou os deputados a concluírem que a má localização dessa fiação pode ter contribuído para o curto-circuito.
O superintendente informou que somente após a perícia do Corpo de Bombeiros, da Policia Criminalística e da empresa contratada pelo IJF é que será possível saber o que houve e qual o prejuízo total.
A comitiva contou, ainda, com a participação do secretário de Saúde do Município, Alex Mont’Alverne e do presidente da Comissão de Diretos Humanos da OAB-Ceará, Fernando Ferraz.
