O Açude Pedras Brancas, localizado no Sertão Central do Estado, abastece Quixadá, a principal cidade da região e, desde fevereiro deste ano, por decisão política do governador Camilo Santana, uma adutora passou a levar água do reservatório para abastecer também o município de Quixeramobim.
Antes da instalação da adutora, ainda em 2015, o então gerente regional da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Paulo Ferreira, revelou ao Monólitos Post que Quixadá consumia do açude 140 litros de água por segundo. Segundo as projeções da Cogerh, Quixeramobim passaria a consumir 120 l/s. Desde a instalação do equipamento, o açude vem liberando uma média de 420 l/s, incluindo outras demandas além dos dois municípios.
Ainda em 2015, as projeções da Cogerh indicavam que o Pedras Brancas tinha água suficiente para abastecer Quixeramobim e Quixadá até meados de 2017.
SITUAÇÃO ATUAL
O Portal Hidrológico do Ceará mostra que, atualmente, o reservatória está com apenas 8,05% do seu volume total. A situação é bem pior do que o previsto pela Cogerh. A companhia avaliava, ainda em 2015, que o açude chegaria a fevereiro de 2017 com 11,66% do volume total, mas hoje já está bem abaixo disto.
Isto significa que há necessidade de reposição urgente do volume mediante chuvas. Do contrário, Quixadá e Quixeramobim podem experimentar um colapso no abastecimento de água capaz de lançar a região numa verdadeira inquietação.
O clima quente e extremamente seco proporcionado por uma estiagem que já dura cinco anos é, de fato, a principal ameaça. A Cogerh avalia que a evaporação é três vezes mais impactante do que o consumo da população! Segundo os cálculos da companhia, para cada mil litros consumidos pela população, a evaporação consome três mil. No fim das contas, ela é a principal causa para a diminuição no volume de água do açude.
Indagado, na época, sobre se havia um plano B caso as simulações feitas pela Cogerh não se mostrassem precisas e o açude Pedras Brancas entrasse em colapso, Paulo Ferreira respondeu simplesmente: “Não há plano B”.
A situação, portanto, é esta: o Sertão Central precisa de chuvas urgentemente. O colapso no abastecimento de água está batendo à porta.
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