O livro “Cordéis de Histórias” – uma antologia de cordéis produzida através da parceria entre cinco autores -, será lançado neste sábado, dia 30, às 19 horas, na Casa de Antônio Conselheiro, em Quixeramobim. Conversei sobre o livro com um dos autores, Bruno Paulino, que é imortal das academias de letras de Quixadá e de Quixeramobim. Confira.
Gooldemberg Saraiva – O livro “Cordéis de Histórias” tem alguma temática dominante?
Bruno Paulino – Uma das grandes virtudes em se publicar uma antologia de cordéis é justamente a diversidade de exploração de temas, nessa antologia especificamente predomina o gosto dos autores por temas ligados ao sertão como a religiosidade popular, Lampião, Antônio Conselheiro, causos, e a própria figura do sertanejo e seu gosto de vida. Mas também tem versos que elogiam personalidades, poetas, professores, e temáticas mais urbanas como a violência nas grandes cidades e as agruras da corrupção.
Gooldemberg – Por quais motivos você diria que o livro é bem vindo ao cenário literário cearense?
Bruno – Primeiro por sua forma de produção e financiamento coletivo através do projeto edições em coautoria, idealizado pelo escritor Silas Falcão, atual presidente da ACE (Associação Cearense de Escritores). Depois o Ceará tem ótimos cordelistas, alguns já bem consagrados no mercado. E esse livro é bem vindo por dar visibilidade a uma nova turma que vem produzindo. Por fim, já venho defendendo e repito o discurso de que o cordel é uma excelente ferramenta na formação de leitores e na aquisição de novos saberes, pois desperta a leitura por prazer, devido sua capacidade lúdica – rimas, ritmo (métrica, que possibilita o texto ser cantado), dentre outras potencialidades de exploração do gênero.
Gooldemberg – Quem são os autores?
Bruno – Os aventureiros dessa nova leva são o poeta Abelardo Nogueira, Artemiza Correia e Bruno Paulino, aliados ao tarimbado cordelista Cícero Modesto e ao compositor, trovador e cordelista Gutemberg de Andrade.
Gooldemberg – Quando e onde será o lançamento?
Bruno – O lançamento vai acontecer sábado dia 30 de janeiro, às 19 horas, na casa de Antônio Conselheiro, em Quixeramobim.
Gooldemberg – Que conselho você daria àqueles conterrâneos do Sertão Central que sonham em publicar um livro?
Bruno – Acho que o primeiro passo é ler muito e se preocupar em produzir bem. Depois, é claro, vêm as demais preocupações, pois não temos ainda no Sertão Central aquilo que o crítico Antonio Candido estabeleceu como sistema literário: Não temos editoras, não temos livrarias ( e poucas até são as cidades que tem uma simples banca de revista), e por consequência disso o publico leitor é reduzido, o que acaba dificultando a comercialização da obra. Mas reitero que a preocupação dominante do escritor deve ser mesmo é com o compromisso de escrever bem, o resto, usando de um pobre trocadilho, a gente “tira de letra”.
Gooldemberg – Você está trabalhando em algum outro livro de sua autoria?
Bruno – Estou trabalhando num livro de perfis de poetas populares e prosadores que tem relação em sua vida ou obra com o Sertão Central, destes, muitos ainda estão em atividade escrevendo. Outros já se foram, como é o caso do poeta quixadaense Alberto Porfírio, um nome que indiscutivelmente precisa ser mais lembrado e louvado pelo imenso valor de sua obra. Esse livro tem me exigido muito, sobretudo por conta da pesquisa, mas como esse processo todo também tem sido bastante prazeroso não tenho previsão pra terminar de escrevê-lo.
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Quero registrar meus votos de sucesso no lançamento, em primeiro lugar e perguntar de que forma posso adquirir exemplar da obra, estando no Rio de Janeiro.
Abraço,
Severino Honorato (21) 9 6938-5444 TIM / WhatsApp.