Rebelião na Cadeia Pública de Quixadá deixa população preocupada

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Os presidiários da Cadeia Pública de Quixadá , no Sertão Central do Ceará, entraram em franca rebelião no início da tarde desta quinta-feira, 07.

Fotos feitas por moradores do entorno da unidade prisional mostram um grupo de homens, alguns mascarados e sem camisa, soltos no piso superior. Os presidiários atearam fogo a colchões e a outros objetos, tais como aparelhos de TV, gerando uma coluna de fumaça. O Corpo de Bombeiros sediado em Quixeramobim foi acionado para apagar o incêndio.

Uma revista minuciosa nas celas e a transferência de alguns reclusos para outros presídios do Estado teria motivado a rebelião.

Além disso, o rigoroso controle do que entra na unidade, que tem sido feito desde que o Diretor Mario Sergio assumiu o posto, tem dificultado que os presidiários consumam drogas ou tenham acesso a telefones celulares e armas artesanais. São recorrentes as apreensões destes objetos.

No fim da tarde, por volta das 17 horas, as equipes do Grupo de Atendimento Penitenciário (GAP), do 9º Batalhão da Policia Militar e do Comando Tático Rural (COTAR), recuperaram o controle do local. Os militares usaram balas de borracha e bombas de efeito moral para impor ordem no ambiente. De acordo com o repórter Everardo Gomes, que acompanhou a movimentação, vários presidiários ficaram feridos, embora não gravemente, em decorrência da ação policial. Ele também explica que os presidiários reivindicavam a saída do atual diretor da unidade, bem como atendimento médico apropriado quando adoecem e o fim de supostos maus tratos.

Populares e familiares dos detentos se aglomeram nas proximidades para acompanhar de perto o deslinde do caso. A polícia montou barreiras de contenção nas ruas ao redor da cadeia para evitar aproximação indevida da população. Policiais de Quixeramobim, Ibaretama e Choró, municípios vizinhos, participaram na ação de contenção da rebelião.

Dez detentos foram identificados como os principais responsáveis pela rebelião, os quais foram transferidos para outros presídios. . Augusto Carlos Nogueira Bezerra Filho, vulgo “Guto”, Pedro Lucas de Queiroz Bezerra, Marcelino Lima Pontes, Jeferson Menezes Moura, Henderson Monteiro da Costa, Francisco de Assis Queiroz de França, Jorge Luis da Silva Almeida, Luis Nogueira de Sousa Neto, Daniel Arruda Lima e 10º Gerlison Herculano Oliveira.

Em nota, a Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará (Sejus) disse que o local conta com 190 internos e que uma nova cadeia, com capacidade para 397 presos, está em fase de construção. “A Sejus solicitou imediata transferência dos líderes à Vara de Execução Penal e Corregedoria dos Presídios, mas o pedido foi indeferido. A unidade passará por uma vistoria de toda a estrutura para que os danos provocados do motim sejam averiguados”, completa.

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