Monólitos Post

A composição da Câmara Municipal de Quixadá mudou bastante desde 1º de janeiro de 2013. Hoje, ela não reflete mais com perfeição aquilo que o povo idealizou para o plenário quando votou nas eleições de 2012, quer se olhe do ponto de vista das posições de atuação, quer se olhe do ponto de vista das defesas ideológicas. O motivo para isto? O milagre da conversão.

Vereadores como Cezar Augusto e Augusto César foram convertidos em secretários. Cezar agora está licenciado desde que resolveu desistir da SEDUMA. Outros tantos em plenário são suplentes. E ainda outros dão mostras de que mudaram também, porém, num campo ainda mais grave, que é o campo da postura ideológica e a desistência daquilo que pregou acreditar. Quando há motivos para a mudança, menos mau. É típico dos seres inteligentes mudar de ideia vez por outra. Porém, quando não existem subsídios para tal no campo das ideias e nenhuma explicação é dada aos eleitores, aí a coisa se complica e fica feio para quem resolve agir assim.

É o caso, por exemplo, do vereador José Evaristo. (Foto no topo)

Até fins de 2013, Evaristo, que é ligado ao PPS, estava naquela ala que é considerada como “oposição”. Basta lembrar que ele defendeu o fim do recesso de julho para os vereadores e se envolveu em controvérsias com apoiadores da gestão por causa do seu jeito tipicamente sertanejo de falar. Ele votou contra a compra de equipamentos pela prefeitura com recursos próprios e cobrou fortemente o prefeito em toda ocasião em que pôde fazer isto. Algumas vezes entrou em choque com as posturas contrárias de seu colega de partido, Laércio Oliveira, que sempre se manteve na base de apoio ao Prefeito. Evaristo era claramente oposição, e aquela oposição pura de primeiro mandato.

Em 2014 a postura e a defesa ideológica de Evaristo aparecem estampadas como exemplo perfeito de conversão. Ele agora aparece mais na base aliada ao prefeito João Hudson, e ainda não apresentou ao povo suas razões para adotar uma linha diferente daquela que os eleitores estavam observando e apreciando. O silêncio diante de questões importantes, tais como a CPI da Saúde, falam mais alto do que o parlamentar pode supor. Até o estilo de oratória, muito mais brando – excessivamente brando -, é possível constatar com facilidade. Parafraseando o famoso comercial, o estilo favorável à gestão municipal adotado neste início de 2014 por José Evaristo é daqueles ‘estupidamente gelado’.

Fontes deste site já indicaram que, na formação e atuação da CPI da Saúde, Evaristo está decidido a votar com os vereadores que fazem a defesa cerrada da gestão.

A política é assim mesmo. Tudo o que deixa de ser o que era, tudo o que muda, tudo o que alterna, por mais impropérios que sejam os motivos, é sempre feito em nome e dentro do conceito de “dinamismo”. Este dinamismo, para o apreço dos menos entendidos, também se pode chamar de milagre da conversão, há séculos feito por Jesus de Nazaré, da água para o vinho. No caso de Jesus, o poder para o feito da transformação vinha do céu, conforme entendem os cristãos. No caso de Evaristo, o poder que transformou sua atuação parlamentar não é, até o momento, conhecido.

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